27 fevereiro, 2009

E se a morte chegasse agora?


Se você soubesse que hoje iria morrer – o que faria?

Esta pergunta foi feita a um homem, no século XIII. Era um homem iluminado.

Nascido em berço de ouro, conheceu as delícias da abastança. Filho de rico mercador, trajava-se com os melhores tecidos da época.

Sua adolescência e juventude foram impregnadas das futilidades daqueles dias, em meio a expressivo número de amigos.

Assim transcorria sua vida, quando um chamado se deu a esse jovem.

Então, ele se despiu dos trajos da vaidade e se transformou no Irmão Francisco, o Irmão dos Pobres.

Sua alma se encheu de poesia e ele passou a compor versos para as coisas pequeninas, mas muito importantes, da natureza.

Chamou irmãos à água, ao vento, ao sol, aos animais. Sua alma exalava o odor da alegria que lhe repletava a intimidade.

Muitos amigos o seguiram, abraçando os lemas da obediência, pobreza e castidade. Amigos na opulência, amigos na virtude.

Certo dia, enquanto arrancava do jardim as ervas daninhas, Frei Leão, que o observava, lhe perguntou:

Irmão Francisco, se você soubesse que morreria hoje, o que faria?

Francisco descansou o ancinho, por um instante. Seus olhos, apagados para as coisas do mundo passageiro, pareceram contemplar paisagens interiores de beleza.

Suspirou, pareceu mergulhar o olhar para o mais profundo de si e respondeu, sereno:

Eu? Eu continuaria a capinar o meu jardim.

E retomou a tarefa, no mesmo ritmo e tranquilidade.

Quantos de nós teríamos condições de agir dessa forma? A morte nos apavora a quase todos.

Tanto a tememos que existem os que sequer pronunciamos a palavra, porque pensamos atraí-la.

Outros, nem comparecemos ao enterro de colegas, amigos, porque dizemos que aquilo nos deprime, quando não nos atemoriza.

Algo como se ela nos visse e se recordasse de nos vir apanhar.

E andamos pela vida como se nunca fôssemos morrer. Mas, de todas as certezas que o mundo das formas transitórias nos oferece, nenhuma maior que esta: tudo que nasce, morre um dia.

Assim, embora a queiramos distante, essa megera ameaçadora que chega sempre em momentos impróprios, ela vem e arrebata os nossos amores, os desafetos, nós mesmos.

Por isso, importante que vivamos cada dia com toda a intensidade, como se nos fosse o derradeiro.

Não no sentido de angústia, temor, mas de sabedoria. Viver cada amanhecer, cada entardecer e cada hora, usufruindo o máximo de aprendizado, de alegria, de produção.

Usar cada dia para o trabalho honrado, que nos confira dignidade. Estar com a família, com os amigos.

Sorrir, abraçar, amar.

Realizar o melhor em tudo que façamos, em tudo que nos seja conferido a elaborar. Deixar um rastro de luz por onde passemos.

Façamos isso e, então, se a morte nos surpreender no dobrar dos minutos, seguiremos em paz, com a consciência de Espíritos que vivemos na Terra doando o melhor e, agora, adentraremos a Espiritualidade, para o reencontro com os amores que nos antecederam.

Pensemos nisso.

(Redação do Momento Espírita
Em 27.02.2009)

16 fevereiro, 2009

Eu amo meu trabalho...

Antes de Visualizar a foto abaixo,
repitam comigo,
bem devagar:

Eu
(eeeeeuuu)

nunca mais
(nuuunca maaaaais)
vou reclamar
(vooooouuu reclamaaaar)
do meu trabalho
(do meeeeuu traaabaaalho).
.
.
.
.
.
.
.
.
\/



14 fevereiro, 2009

Olhos


Nos apontamentos do evangelista Mateus, encontramos as seguintes palavras proferidas pelo Mestre de Nazaré: Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.

A frase nos levou a meditar acerca desse patrimônio de todos, que são os olhos.

No mundo encontramos olhos muito diferentes, não somente em formatos e cores, mas em qualidades íntimas.

Encontramos os olhos que veem os quadros da vida pelo prisma da malícia, deturpando tudo que alcançam.

Existem os olhos de ciúme, que despejam chispas de ódio, ante a possibilidade mínima de perderem o que consideram objeto de sua posse.

Há os olhos que ferem, capazes de intimidar subalternos e criaturas de condição social inferior. Olhos de agressão que censuram sem palavras e agridem sem pestanejar.

Olhos de frieza que observam a dor, a desesperança, a miséria sem se comoverem. Despejam tal gelo que impedem o necessitado de estender a mão em súplica ou a expressar o próprio infortúnio em palavras.

Olhos que perturbam quando encaram a outrem e chegam a desencorajar os que estejam tentando realizar algo de bom, e se mostram ainda tímidos.

Olhos de desespero que olham o panorama que os circunda e somente conseguem enxergar aflição e abandono. Levantam o olhar no sentido do firmamento e não percebem as estrelas que iluminam a noite escura, com seus raios brilhantes.

Olhos capazes de registrar os males alheios, desconsiderando as virtudes que se ocultam em todo ser humano.

Olhos de irritação que expressam seu desagrado ante a balbúrdia infantil que extravasa sua alegria de viver, as vozes dos animais que dizem da sua vitalidade, o pequeno esbarrão involuntário na rua, no mercado, na condução urbana.

Olhos de crueldade que ferem a quem atingem, que fazem o animal se encolher a um canto, a criança calar em constrangimento e a própria natureza estabelecer uma pausa no seu concerto constante.

* * *

Como serão os nossos olhos?

Se desejamos enobrecer os recursos da visão que nos enriquecem a vida, amemos e ajudemos, aprendamos a perdoar sempre, cultivemos o bem em nós, pois a expressão do nosso olhar fala do que nos vai na intimidade e nos alimenta a alma.

* * *

Cada um vê a paisagem que observa conforme a cor das lentes que tem sobre os olhos. Isto equivale a dizer que os tristes veem panoramas desoladores, enquanto os otimistas descobrem cores vibrantes e alegria em toda parte.

Somos responsáveis pela forma como utilizamos os nossos olhos, desde que eles são um dos talentos que Deus nos concede para instrumento de progresso.

(Redação do Momento Espírita com base no cap. 71 do livro
Palavras de vida eterna, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia De Francisco Cândido Xavier, ed.
Feb e no verbete Visão do livro Repositório de
sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia deDivaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 14.02.2009.)

13 fevereiro, 2009

Conversa entre dois bebês modernos


- E aí, véio?
- Beleza, cara?
- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.
- Quer conversar sobre isso?
- É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me
botando um terror, sabe?
- Como assim?
- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo
doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar.
Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer
me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?
- Nunca.
- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe
disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu
pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai
foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo
ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?
- Sabe a sua vizinha ali da casa amarela? Minha mãe diz que ela tem
uma hortinha no fundo do quintal. Planta vários legumes.. Será que sua
mãe não quis dizer que seu pai deu um pulo por lá?
- Hmmmm. pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que
meu pai tem um caso com a vizinha?
- Como assim, véio?
- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então
ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles
dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear.. É
isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!
- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.
- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo
de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.
- Tipo o quê?
- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato.
Assim, do nada. Puta maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!
- Caramba! Mas por que ela fez isso?
- Pra matar o gato.. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.
- Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.
- E sabe a Francisca ali da esquina?
- A Dona Chica? Sei sim.
- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá,
paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.
- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.
- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe, né? Ela me
contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter
feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não
gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo
um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que
ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.
- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia
fazer isso com o filho..
- Mas é ruim saber que o casamento deles é essa zona, né? Que meu pai
sai com a vizinha e tal. Apesar que eu acho que ele também leva uns
chifres, sabe? Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua
mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela
chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração
dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar
ladrilho em tudo, só pra ele pode passar desfilando e tal.
- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.
- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes
ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo veio me falar
que a vizinha cria perereca em gaiola, cara. Vê se pode? Só tem louco
nessa rua..
- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?
- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.

(Autor: Desconhecido)

12 fevereiro, 2009

→[Eu te amo] ←


→[Eu te amo] ←
→[I love you] ← (inglês)
→[Te amo] ← (ESPANHOL)
→[Je t'aime] ← (francês)
→[Ich liebe dich] ← (alemão)
→[Ai shite imasu ] ← (japonês)
→[Ti amo] ← (italiano)
→[Wo ai nei] ←(chinês)
→[Nagligivaget] ← (esquimó)
→[S'agapo ] ← (grego)
→[Aloha wau ia oe ]← (havaiano)
→[Thaim in grabh leat]← (irlandês)
→[Ani ohev otakh]←(hebraico)
→[Jag alskar dig]←(sueco)
→[Ya lyublyu tyebya]←(russo)
Eu amoo u cê....

11 fevereiro, 2009

Ser mulher é...


"Ser mulher é viver mil vezes em apenas uma vida,
é lutar por causas perdidas e sair sempre vencedora...
Ser mulher é caminhar na dúvida cheia de certezas;
é correr atrás das nuvens num dia de sol
e alcançar o sol num dia de chuva...
Ser mulher é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza;
é cancelar sonhos em prol de terceiros,
é acreditar quando ninguém mais acredita;
é esperar quando ninguém mais espera...
Ser mulher é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa;
é ser enganada e sempre dar mais uma chance;
é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda...
Ser mulher é estar a mil lugares de uma só vez;
é fazer mil papéis ao mesmo tempo...
Ser mulher é ser princesa aos 20, rainha aos 30,
imperatriz aos 40 e especial a vida toda....
Ser mulher é saber ser super-homem quando o sol nasce
e virar Cinderela quando a noite chega...
Ser mulher é, acima de tudo, um estado de espírito;
é uma dádiva;
é ter dentro de si um tesouro escondido
e ainda assim dividi-lo com o mundo.”
(Autora: Silvana Duboc)

10 fevereiro, 2009

A c r e d i t e  e m  v o c ê !


Não importa do que é o mundo
O importante, são os seus sonhos...
Não importa o que você é
O importante é o que você quer ser...
Não importa onde você está
O importante é para onde você quer ir...
Não importa o porquê
O importante é o querer...
Não importa suas mágoas
O importante mesmo, são suas alegrias...
Não importa o que você já passou
O passado guarde na sua lembrança ...
Não veja; apenas olhe...
Não escute; apenas ouça...
Não toque; sinta...
O mundo é um espelho;
não seja apenas um reflexo!
Só acreditando no futuro você conseguirá a paz
para alcançar seu sonhos...
Afinal, o que importa ?
é VÔCÊ.....
(Autor: Desconhecido)

09 fevereiro, 2009

Enfim Sós...


Entre quatro paredes finalmente nos entregamos,
nos curtimos,
nos amamos,
saciamos tantas "sedes"!
No ouvido ecoa ainda a doce melodia
que marcou aqueles momentos de alegria desvairada.
Na retina, imagens da cama
e de roupas pelo chão atiradas,
símbolos da imortalização de nossas fantasias!
Errado ou direito,
tudo que ali "rolou", só a dois diz respeito,
eu e você, somente a nós!
Hoje posso dizer que estou feliz,
não me arrependo de nada do que fiz.
Foi sublime o nosso "ENFIM SÓS"!
(Autor: Desconhecido)

08 fevereiro, 2009

Vem devagarinho...


Venha devagarinho,
Deitar ao meu lado,
Sutilmente passe as suas mãos,
No meu rosto,
No pescoço,
no peito...
Ainda que sem saber o porquê...
Se eu estiver dormindo,
Acorda-me com seus beijos,
Faça tudo do seu jeito,
Faça tudo que achar direito.
Toma-me nos seus braços
E me ame...
Coloque o meu corpo no seu,
Sugue a minha boca,
Deixe eu sentir a quentura Da sua saliva...
Faça amor comigo...
Deixa-me sorver sua ternura,
Eu lhe entregarei todo meu vigor,
Sentirá no seu corpo,
Meu corpo ardente,
Regará com o seu suor
Meu corpo inteiro...
Eu darei a você todo meu amor
E, verá que ele é verdadeiro

(Autor: Desconhecido)

07 fevereiro, 2009

Alma de poeta...


Alma de poeta não tem limite,
Nem espaço para sonhar,
Navega em toda direção,
Até na lua quer chegar.
Nessa viagem encontrei,
Uma alma que estava a vagar,
Era de um anjo de luz,
Que me ensinou a amar.
Foi um amor tão intenso,
Arrebatador e cheio de ilusão,
Nascia uma nova vida,
Na alma da solidão.
Nada na vida é eterno,
Sempre existe o final,
Alma! Não chore a desdita,
O seu destino é fatal.
(Autor: Desconhecido)

06 fevereiro, 2009

Vidas Secretas...


Todos nós temos vidas secretas
Em nossos quartos secretos
Vivendo em nossos filmes
Murmurando nossas próprias canções
Vivendo a vida em câmera
Quando a noite é interrompida
Caindo na escuridão
Você pode ser como eu...
Aonde vai?
O que está fazendo?
Por que você olha Para a lente da câmera?
Onde você ficará? P
or que está indo embora?
Nós observamos você respirando
Pela lente da câmera
Todos nós maquiamos nossos rostos
A maquiagem dos palhaços
Felizes deixando vestígios
De nossa mentalidade infantil
Apontando para o céu
Podemos observar as estrelas
Você pensa que está sozinho
Porém nunca está
Eles não estão te observando
Eles não estão te observando agora
Eles não estão te observando
Eles não estão te observando agora
Aonde vai?
O que está fazendo?
Por que você olha Para a lente da câmera?
Escravos políticos
Divas sexuais
Observamos o seu coração bater
Pela lente da câmera
(Autor:Bruce Dickinson)

05 fevereiro, 2009

Sem você...


Sem você, nunca poderia falar em nós;
e o eu sozinho morre de solidão.
Sem você, não haveria ninguém para me corrigir,
e sem correção não existe crescimento.
E o que não cresce está morrendo.
Sem você, não teria ninguém pra receber o que tenho.
E o sentido de tudo, está em dar e servir e não em guardar para si.
Sem você, eu perderia a arte de falar e quem não fala já não vive mais.
Sem você, não teria ninguém para amar,
e sem amor não se é amado.
Sem você não saberia o que é um sorriso
pois o meu próprio não posso ver
e sem sorriso teria que acreditar que sou apenas espinhos.
Sem você, não haveria ninguém para me ouvir,
e um coração fechado é casa sem luz.
É querer andar sem ter caminhos.
Sem você, eu viveria eternamente sem pergunta e sem resposta,
e o que seria de mim diante do silêncio?
Eu me transformaria em silêncio também.
Sem você, nem teria nome,
e o anônimo é estar ausente da vida...
E se mesmo me desse um nome...
chato seria não ser chamado por ninguém.
Sem você, não haveria ninguém para me desejar um bom dia
ou para me dar os parabéns.
Eu seria um deserto nunca visitado...
ser pisado pode ser melhor do que nunca ser visto.
Sem você, eu não poderia perdoar ninguém...
e sem perdoar não se é perdoado.
Mais eis que você existe...
enviado como um presente precioso.
Todo deserto é belo porque sempre tem uma fonte em qualquer parte.
Você, veio ser fonte de alegria e de vida nova.
Você veio acabar com a solidão e trazer uma comunhão de vida,
deixei de ser deserto e comecei a ser fonte também.
Você veio garantir que minhas perguntas terão respostas.
Você, veio garantir que quando minhas forças faltarem,
poderei contar com as suas.
Você, veio garantir que sou amada e devo amar também...
(Autor: Desconhecido)

04 fevereiro, 2009

Sentir-se amado...


O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso,
as três palavrinhas mágicas.
Mas saber-se amado é uma coisa,
sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas,
um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização,
apesar de não sonharmos com outra coisa:
se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência,
vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso.
Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar.
É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas,
um pacto de eternidade,
mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida,
que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo,
que sugere caminhos para melhorar,
que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas
e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando.
"Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco.
Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás,
é vê-la tentar reconciliar você com seu pai,
é ver como ela fica triste quando você está triste
e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro
e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão.
Sente-se amado aquele que se sente aceito,
que se sente bem-vindo, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada,
aquele que sabe que não existe assunto proibido,
que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é,
sem inventar um personagem para a relação,
pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
quem não levanta a voz, mas fala;
quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute:
eu te amo não diz tudo.

(Autora: Martha Medeiros)

03 fevereiro, 2009

O contrário do Amor


O contrário de bonito é feio,
de rico é pobre,
de preto é branco,
isso se aprende antes de entrar na escola.
Se você fizer uma enquete entre as crianças,
ouvirá também que o contrário do amor é o ódio.
Elas estão erradas.
Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa:
o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível,
que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar,
ou que lhe fosse totalmente indiferente?
Que perdesse o sono imaginando maneiras
de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira,
esquecido por completo da sua existência?
O ódio é também uma maneira de se estar com alguém.
Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações:
seu nome não consta mais do cadastro.
Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe
e que nos provoca sensações, por piores que sejam.
Para odiar alguém, precisamos de um coração,
ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente.
Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo.
Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito.
Para odiar, necessitamos do objeto do ódio,
necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor,
nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo.
O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê?
De coisa alguma.
A pessoa em questão pode saltar de bung-jump,
assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí.
Não julgamos seus atos, não observamos seus modos,
não testemunhamos sua existência.
Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro:
nosso corpo ignora sua presença,
e muito menos se dá conta de sua ausência.
Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos.
A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.
Uma criança nunca experimentou essa sensação:
ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta.
Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra,
adoração ou queixas, mas nunca é ignorada.
Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna,
é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo,
enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

(Autora: Martha Medeiros)

02 fevereiro, 2009

Os dois mares

Foto: Mar Galiléia

Foto: Mar Morto


Narra o escritor Bruce Barton que, na Palestina, existem dois mares bem distintos.

O primeiro deles é fresco e cheio de peixes. Possui margens adornadas com bonitas plantas e muitas árvores as rodeiam, debruçando seus galhos em suas águas, enquanto deitam as raízes nas águas saudáveis para se dessedentarem.

Suas praias são acolhedoras e as crianças brincam felizes e tranquilas.

Esse mar de borbulhantes águas é constituído pelo rio Jordão. Ao redor dele, tudo é felicidade.

As aves constroem os seus ninhos, enchendo com seus cantos a paisagem de paz e de risos. Os homens edificam suas casas nas redondezas para usufruírem dessa classe de vida.

Mas, o rio Jordão prossegue para além, em direção ao sul, em direção a outro mar.

Ali tudo parece tristeza. Não há canto de pássaros, nem risos de crianças. Não há traços de vida, nem murmúrio de folhas.

Os viajantes escolhem outras rotas, desviando-se desse mar de águas não buscadas por homens, nem cavalgaduras, nem ave alguma.

Se ambos os mares recebem as águas do mesmo rio, o generoso Jordão, por que haverá entre ambos tanta diferença?

Num, tudo canta a vida, noutro parece pairar a morte.

Não é o rio Jordão o culpado, nem causa é o solo sobre o qual estão, ou os campos que os rodeiam.

A diferença está em que o Mar da Galiléia recebe o rio, mas não detém as suas águas, permitindo que toda gota que entre, também saia, adiante.

Nele, o dar e receber são iguais.

O outro é um mar avarento. Guarda com zelo todas as gotas que nele ingressam. A gota chega e ali fica. Nele não há nenhum impulso generoso.

O Mar da Galiléia dá de forma incessante e vive de maneira abundante.

O outro nada dá e é chamado de Mar Morto.

* * *

Tecendo um paralelo entre o coração humano e os dois mares descritos, podemos logo reconhecer se temos uma alma generosa igual ao Mar da Galiléia ou avarenta e ciosa qual o Mar Morto.

Os que estamos habituados a distribuir os dons e talentos que a Divindade nos concede, somos os seres agraciados com a alegria de viver, farto círculo de amigos, flores de carinho e folhagens de ternura.

Se nos habituamos a viver sós, sem nada repartir, dividir ou partilhar, estamos semeando solidão à nossa volta, tristeza e desamparo, porque a vida é qual imensa seara que retribui a sementeira, de acordo com os grãos cultivados.

* * *

O Mar da Galiléia também é conhecido, no Antigo Testamento, como o Mar de Kinneret ou Lago de Tiberíades.

Às margens do Mar da Galiléia é que se estendiam as cidades de Magdala, Cafarnaum, Tiberíades e Betsaida, onde os Evangelhos registram a atuação de Jesus, quando de Seu ministério entre os homens.

(Autor: Desconhecido)

01 fevereiro, 2009

Será mesmo que você é substituível?

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:
"ninguém é insubstituível".

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça.
Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E o Beethoven?
- Como? - encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu o Beethoven?

Silêncio.

Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substitui Beethoven?
Tom Jobim?
Ayrton Senna?
Ghandi?
Frank Sinatra?
Garrincha?
Santos Dumont?
Monteiro Lobato?
Elvis Presley?
Os Beatles?
Jorge Amado?
Pelé?
Paul Newman?
Albert Einstein?
Picasso?
Zico?

Todos esses talentos marcaram a História fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar.
E, portanto, são sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.
Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar 'seus gaps'.
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis obsessivo...
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro.
Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se seu gerente/supervisor, ainda está focado em "melhorar as fraquezas" de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bündchen por ter nariz grande.
E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.
Quando o Zacarias dos Trapalhões faleceu, ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim:
"Estamos todos muitos tristes com a partida de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:.. Ninguém... pois nosso Zaca é insubstituível"

Portanto nunca esqueça:

Você é um talento único....com toda certeza ninguém te substituirá.

(Autor: Desconhecido)